COMUNICADO |
Sabemos que a violência sexual é uma realidade nos mais diversos contextos e ao longo do ciclo de vida, sobretudo contra as mulheres. Apesar de a violência sexual ser um problema social e estrutural pouco denunciado, pelo facto de não ser reconhecido socialmente nas suas diferentes formas, temos assistido progressivamente à sua denúncia no desporto, no cinema, na academia, no trabalho, na Igreja, na rua. Enquanto violência de género, a violência sexual beneficia das desigualdades de poder, da cultura, das atitudes e comportamentos machistas que persistem na(s) sociedade(s). Daí que, para combatê-la, é necessário atuar a diferentes níveis. A UMAR tem marcado presença nas várias frentes, nomeadamente apostando na prevenção primária, na reivindicação de estruturas de apoio a vítimas/sobreviventes e de medidas legais. Deste modo, parece-nos bastante irresponsável que altos representantes das nossas instituições não censurem atos deste tipo, por exemplo, como foi o beijo não consentido a uma jogadora da equipa do Estado Espanhol, ou o consideram de pouca importância. A nossa preocupação adensa-se quando algumas situações ocorrem e são naturalizadas, como comentários a decotes de vestidos por parte do Presidente da República. Apelamos para que todas as instituições e seus representantes estejam empenhados neste combate, não participando na legitimação da violência sexual e comunicando expressamente a condenação de tais atos. A linguagem, os piropos, as piadas e demais comportamentos sexistas constituem a violência simbólica e subtil que sustenta e promove o escalar das muitas formas de violência de género e, portanto, da violência sexual. Lisboa 21 de setembro de 2023 A direção da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) |