UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta - Basta de retrocessos no direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Continuaremos a luta!
Basta de retrocessos no direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Continuaremos a luta!
ABORTO 1

Nos Estados Unidos da América, o Supremo Tribunal anulou um direito fundamental das mulheres norte-americanas conquistado em 1973, que garantia o aborto a pedido das mulheres.

No Brasil, recentemente, o processo que culminou na interrupção da gravidez de uma menina de 11 anos, vítima de estupro, constituiu uma verdadeira tortura contra uma criança, por parte da Justiça brasileira, que negou o direito a este procedimento durante 1 mês, período durante o qual a menina esteve institucionalizada e afastada da mãe. A conduta da magistrada e da juíza que pressionaram a menina a manter a gravidez, reflete a parcialidade, impunidade e a violência das instituições contra as mulheres e meninas no país. No Brasil, o aborto constitui o maior problema de saúde pública, com milhares de mulheres a abortarem clandestinamente em cada ano.

Segundo a Amnistia Internacional 47 mil mulheres morrem anualmente no mundo devido a complicações causadas por abortos clandestinos.

A UMAR, que lutou juntamente com outras associações e movimentos de cidadãs/aos, durante quase três décadas, para que uma lei permitisse às mulheres interromper a sua gravidez nos serviços públicos de saúde, direito este que foi alcançado há 15 anos, quer expressar a sua profunda solidariedade com as mulheres, que continuam em várias regiões do mundo a sofrer e a ver negado o direito a decidir sobre as suas vidas, alertando para os perigos destes recuos também em Portugal.

Os ataques e retrocessos nas Leis do Aborto em todo o mundo, são o reflexo de um panorama político cada vez mais polarizado, no qual o conservadorismo e o nacionalismo têm vindo a ganhar cada vez mais força e influência nas decisões políticas que afetam as vidas das mulheres.

Neste contexto, os ataques à nossa liberdade e autonomia, demonstram a forma como os Estados controlam os nossos corpos e as nossas vidas. Cada retrocesso nos direitos das mulheres é um alarme e um perigo para o que pode vir a seguir. Temos por isso de estar atentas e continuar a lutar.

Lisboa, 25 de Junho de 2022