15, 16 e 17 de Outubro. Três dias para lembrar. Três dias para exigir Direitos |
15, 16 e 17 de outubro são dias que se entrelaçam na defesa dos direitos das mulheres. Declarado pelas Nações Unidas como Dia Internacional das Mulheres Rurais, o 15 de outubro, faz-nos lembrar que as mulheres rurais representam mais de um terço da população mundial e são afetadas de forma desproporcional pela insegurança alimentar e a pobreza. O dia 16 de Outubro, como Dia Mundial pela Alimentação, lembra-nos que o acesso à alimentação é um direito humano, que não pode ser ignorado e que as mulheres que constituem 43% da mão-de obra agrícola, desde que apoiadas com recursos, podem contribuir para uma diminuição substancial da população subnutrida. A 17 de Outubro, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, lembra-nos que 1,2 biliões de pessoas ainda vivem em extrema pobreza sendo a maioria mulheres e crianças. A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) tem vindo a propor um conjunto de iniciativas e programas que apostando no apoio às mulheres rurais se possa evoluir no combate à pobreza e à desnutrição. Quando se vive num país europeu como o nosso, há tendência para que estas realidades nos passem ao lado, apesar de sabermos que muitas e muitas das aldeias do interior do país, quase desertificadas e sem esperança de desenvolvimento, serem constituídas fundamentalmente por mulheres, a maior parte idosas, porque as mais jovens tendem a migrar. A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, como associação que entende que os feminismos não podem ser só urbanos e que as mulheres das zonas rurais não podem ficar esquecidas, considera que no Estatuto da Pequena Agricultura Familiar já previsto governamentalmente, se deve dar particular relevo aos direitos das mulheres rurais em termos de apoios efetivos para iniciativas de emprego, formas coletivas de produção, redes de mulheres inter-aldeias valorizando aquilo que elas produzem em termos de cultura e artes locais, de aproveitamento dos recursos naturais e paisagísticos para um turismo de proximidade, suficientemente atrativo para o envolvimento de jovens nas suas aldeias. Lisboa, 13 de outubro de 2019 A direção da UMAR |